sábado, junho 09, 2007

Site do Projeto Balbucio

Visite o site do Projeto Balbucio:

www.balbucio.com

quinta-feira, junho 08, 2006

Depois de muita procura, o Balbucio agora tem a Casa.
Simpática, pintada de verde-amarelo, a Casa será um local aberto para discussões sobre as mais diversas áreas artísticas e também será a área de produção e experimentação do grupo. De lá, o Etc. Rapadura continua.
A inauguraçao, ainda sem data prevista, será uma prévia de tudo que ainda está por vir.
Sejam bem vindos!

domingo, abril 02, 2006

Para garantir uma maior segurança, devido ao jogo Ceará x Fortaleza, a programação prevista para o encerramento do II Seminário [bawbu'siu] foi alterada.
A festa de encerramento com djs locais não irá mais ocorrer.
A conferencia com o professor doutor Artur Matuck, com o tema "
Projeto Interpresença: pesquisa em mediatectura e comunicação interativa", ocorrerá as 18h.
Agradecemos a compreensão e a presença de todos que nos prestigiaram nesses dias.

segunda-feira, março 27, 2006



Etc. Rapadura - II Seminário [bawbu´siu]

DO LOCAL
Auditório da Biblioteca de Ciências Humanas
Av. da Universidade, 2853 - Benfica


DO PÚBLICO

Alunos, profissionais e professores de comunicação, artes e áreas afins.

DA PROGRAMAÇÃO


Dia 31 de Março de 2006


19h

CONFERÊNCIA

Arte e Tecnologia: Como Politizar a Discussão

Prof. Dr. Arlindo Machado

Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da PUC-SP


21h

PERFORMANCE

Glossolalic Machine n#1: Cenácula [versão plugada]

Projeto [bawbu´siu]

Curso de Comunicação Social da UFC


Dia 01 de Abril de 2006


19h

CONFERÊNCIA

A Performance Dessacralizada
Prof. Dr. Gilmar de Carvalho

Curso de Comunicação Social da UFC


21h

PERFORMANCE

Projeto [bawbu´siu]

Curso de Comunicação Social da UFC


22h

EXPERIMENTAL JAM

Apresentação de música experimental com bandas e artistas locais.


Dia 02 de Abril de 2006


18h

CONFERÊNCIA

Projeto Interpresença: pesquisa em mediatectura e comunicação interativa

Prof. Dr. Artur Matuck

Escola de Comunicações e Artes da USP


20h

PERFORMANCE

Projeto [bawbu´siu]

Curso de Comunicação Social da UFC


21h

FESTA DE ENCERRAMENTO

DJs locais


INFORMAÇÕES

balbucio@yahoo.com.br

DOS CONFERENCISTAS

Arlindo Machado

Arlindo Machado é professor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da PUC-SP e do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Universidade de São Paulo. Seu campo de pesquisas abrange o universo das chamadas imagens técnicas, ou seja, as imagens produzidas por meio de mediações tecnológicas diversas (fotografia, cinema, vídeo e atuais mídias digitais). Sobre esses temas, publicou os livros Eisenstein: Geometria do Êxtase (São Paulo, Brasiliense, 1982), A Ilusão Especular (São Paulo, Editora Brasiliense, 1984), A Arte do Vídeo (São Paulo, Brasiliense, 1988), Máquina e Imaginário: o Desafio das Poéticas Tecnológicas (São Paulo, EDUSP, 1993) e o CD-ROM Ensaios sobre a Contemporaneidade (São Paulo, PUC, 1994), além de vários artigos em jornais e revistas do Brasil e do exterior. É também co-autor de Os Anos de Autoritarismo: Televisão e Vídeo (Rio de Janeiro, Zahar, 1985) e Rádios Livres: a Reforma Agrária no Ar (São Paulo, Brasiliense, 1986).


Artur Matuck

É formado em artes pela ECA/USP, onde, atualmente, é professor, e pós-graduou-se em artes visuais pela Universidade da Califórnia, em San Diego, depois de ter conseguido bolsa da Fundação Fullbright para fazer uma pesquisa sobre o copyright na Universidade de Iowa. Artista multimídia, videomaker, performer e escritor, Matuck desenvolveu também, em 1991, o projeto Reflux, na Carnegie-Mellon University, em Pittsburgh, e outro sobre escritura alterada por computador, na Universidade da Flórida, em Gainesville. Foi um dos pioneiros em arte-comunicação no Brasil. Apresentou a videoinstalação Alpha Centauri Stelo Binara, na 17ª Bienal Internacional de São Paulo (1983). Uma parte significativa do trabalho de Matuck tem inspiração ecológica como seu vídeo Emanatio-Profanatio (1977), que trata do sacrifício de bezerros por um fazendeiro do Estado de Wisconsin, movido por razões políticas; e Brahminicide (1977), que mostra o processo tecnológico de matança de porcos na cidade de Iowa. Numa perspectiva mais politizada, Matuck fez também Maurício Prisoner (1981), reconstrução fictícia do lento processo de enlouquecimento de um militante tupamaro numa prisão uruguaia. Para a realização desse trabalho, Matuck utilizou apenas um ator, um pequeno quarto com uma escada e os objetos comuns ali encontrados. As imagens do mundo exterior vão se transfigurando lentamente em projeções interiores da fantasia alucinada do prisioneiro. Ainda em 1981, Matuck fez Ataris Vort in the Planet Megga (primeira versão; haveria ainda uma segunda, preparada para a Bienal Internacional de São Paulo, em 1983), um enredo experimental de ficção científica, no qual o autor usa fartamente os efeitos eletrônicos a que teve acesso na Universidade de San Diego. Esse vídeo daria início a uma série de experiências, que se desdobrariam durante toda a década de 80 e começo dos anos 90, envolvendo uma estranha espécie de ficção científica videográfica, com exploração de recursos eletrônicos até então inéditos.


Gilmar de Carvalho
É mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (com Publicidade em Cordel, Maltese, São Paulo, 1994) e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC - São Paulo (com Madeira Matriz, Annablume, São Paulo, 1999, prêmio Sílvio Romero, da Funarte, deste mesmo ano). Professor do Curso de Comunicação Social e do Mestrado em História Social da UFC. Mais de vinta títulos lançados e publicação de artigos em revistas nacionais e estrangeiras.

quarta-feira, março 22, 2006

Projeto Balbucio

O Projeto Balbucio surgiu a partir da iniciativa do Prof. Dr. Wellington Junior, do curso de Comunicação Social da UFC, em desenvolver estudos relacionados à experimentação em arte contemporânea, principalmente em temas ligados ao seu objeto de estudo – a glossolalia (ou o dom das línguas).

Foi a partir disso que cinco estudantes do Curso de Comunicação formaram o grupo junto ao prof. Wellington Junior e apresentaram, na exposição da 16ª Semana de Comunicação Social da UFC, em setembro de 2003, a performance intitulada Glossolalic Machine #1 - Cenacula.

No fim de abril de 2004, o grupo volta a se apresentar na I Semana de Humanidades da UFC. Já acrescido de novos componentes, foi realizada a segunda máquina glossolálica: Glossolalic Machine #2 - Torture.

No XXVI Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação Social, ENECOM 2004, no dia 16 de julho, a performance Cores Berrantes aconteceu durante todo o dia nas ruas do bairro Benfica e no Centro de Humanidades da UFC.

Em novembro, o lançamento do livro Glossolalia: Voz e Poesia, do Prof. Dr. Wellington Jr. foi acompanhado da reapresentação da primeira máquina glossolálica, Cenacula.
Durante a II Semana de Humanidades da UFC, o Projeto Balbucio organizou uma exposição artística com obras individuais de seus componentes: Santinhos, do Prof. Wellington Jr.; Digital Digital, de Tobias Sandino Gaede e Raquel Geller; A Xapa e Entre Palitos, de Jedi; 96010033518, de Juin.Além da exposição, na abertura do evento, na noite de 25 de abril de 2005, a performance Save Our Souls foi apresentada. Também no transcorrer da Semana, o grupo apresentou mais duas performances: reapresentação das Cores Berrantes e a inédita Ternos.

Dentro da programação da II Semana de Humanidades, em Abril de 2005, o grupo apresentou as performances SOS, no salão nobre da Reitoria da UFC, e Ternos, na Avenida da Universidade.

Em comemoração aos 40 Anos do Curso de Comunicação Social da UFC, o Projeto promoveu o Articulações - I Seminário Balbucio de Arte Contemporânea, nos dias 14, 15 e 16 de junho, no auditório da Biblioteca de Ciências Humanas da UFC.

Na performance Gelo Ogival, no dia 11 de agosto, rememorando o episódio do ataque atômico à cidade de Hiroshima, o grupo construiu, em plena Avenida da Universidade, um cemitério de gelo.

No dia 23 agosto de 2005, o grupo abriu a exposição “Arte em Tempos Autoritários”, organizada pelo Prof. Dr. Gilmar de Carvalho no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, com a performance Via Corpus.

Em todas as suas apresentações, o Projeto Balbucio teve grande destaque na mídia cearense. O grupo foi matéria em todos os jornais da cidade. Além disso, o grupo foi destaque em inserções da TV local (TV Ceará, TV Verdes Mares, TV Jangadeirto e TV União) e emissoras de rádio (Rádio Universitária). Participou também do Projeto Entre-Lugares, na ONG Alpendre – Casa de Arte, Pesquisa e Produção, que investiga os modos de representação contemporânea em arte.

Selecionado para o Projeto BNB de Cultura na categoria de artes visuais, o Projeto Balbucio encaminha suas atividades para o restante do ano e procura se firmar no panorama artístico cearense


Fiandeiras

De dia, ela fia, tece, trama. Desfia, des-tece, des-trama, de noite. Dure dias, meses, eras, o tempo. Se de Ulisses só tem a ausência, ali permanecerá, fiel, a que fia, Penélope, urdindo o próprio devir, num eterno recomeçar, refazer-se; do dia que se faz noite que se faz dia que se faz... Quase moira de si mesma, não estivessem Cloto, Láquesis e Átropo pairando para além do monte dos deuses. A três Moiras, filhas de Nyx, noite profunda, têm e sustêm o destino (no grego, moira = destino), que não passa de um fio que a Fiandeira fia, a Distribuidora mede e a Inflexível, corta. Morte e vida; passado, presente e futuro; princípio e fim; cópula, nascimento; todos os ciclos da vida dependem da vontade e do trabalho habilidoso das mãos de fiandeiras. Habilidade algoz de Aracne, a tecelã lídia.

Mesmo em fúria, a protetora das artes sabia-se vencida, não podia deixar que a arte da moça se perdesse. Compadecida, não deixaria que o suicídio se consumasse. Aracne, não morreria, mas seria a aranha que é hoje; ad infinitum, presa à própria teia. Do ventre, o fio de sua existência.
A aranha/mãe de Louise Bourgeois. Vênus. Grande Mãe. Pernas-grades, ameaçadoras e acolhedoras. Vulva dentada. Um abismo. O materno e o feminino expandidos ao limite. O gênero transcendido. Porque se trata da possibilidade de renovação e manutenção da vida, da existência, num sentido mais ontológico. Terrível, mas quem pode resistir ou prescindir? Se o grão de trigo não morre, fica só, não renasce. Sublime: morte e vida em jogo simultaneamente.
Via Corpus

Um álbum com gravuras de 13 artistas, encontradas, por acaso, num antiquário em Copacabana. Encomendadas para celebrar alguns dos “êxitos” do milagre econômico do Regime Militar, elas vieram para o Ceará através da exposição “Arte em Tempos Autoritários”, organizada pelo pesquisador Gilmar de Carvalho. As gravuras estabelecem relações entre arte e transportes, arte e encomenda. Dialogando com a exposição, o Projeto Balbucio apresentou a performance Via Corpus, na qual os performers formaram uma via com os próprios corpos e entoaram canções com temas nacionalistas e trechos de textos da época, em referência à temática dos transportes.

Gelo Ogival

A obra rememora o episódio do ataque da bomba atômica à cidade de Hiroshima. Em uma das faixas da Avenida da Universidade, em Fortaleza,
performers trajados com macacões industriais montaram um “cemitério de gelo”, no qual cerca de duzentas barras do material – número que faz referência aos mais de 200 mil mortos pela bomba - ficaram dispostas como lápides no interior de um gradeado de madeira. A instalação discute as relações da dimensão espiritual do episódio, relacionando o gelo – de aspecto duro, mas com uma aparência leve e suave, que derrete com a luz do sol – às vítimas do ataque, que derreteram com a radiação. Houve um toque de sirene e foram distribuídos panfletos, que traziam um texto contra a barbárie, a guerra, a violência e o fundamentalismo. A apresentação durou até as barras de gelo derreterem.

96010033518

96010033518
, de Juin, também trabalha as sombras, mas com outra perspectiva. O artista preenche sombras humanas com os números que socialmente têm importância na vida do retratado. Número do telefone, nascimento, RG, CPF, conta no banco, agência, tudo isso reunido num imenso rodamoinho, como sulcos duma impressão digital.
A Xapa

A Xapa
, de Jedi, constrói corpos através de radiografias de pessoas diferentes. Cabeça de menino, ombro de senhora, pernas fraturadas, dispostas em grandes expositores luminosos, realocados, já não mais faziam parte dos corpos dos seus antigos donos.

Digital Digital

A
Digital Digital, de Tobias Sandino Gaede e Raquel Geller, de perto, é um aglomerado de pequenas digitais dispostas aparentemente ao acaso. Cinco largos passos dados para trás, faz tudo mudar de figura, literalmente: o que parecia acaso, era na verdade um painel ampliando aquela mesma digital que se repetia.

O código não tem intuito, mas é intuitivo em sua eterna, pois ideal, função. Os dígitos, que somados a mais dígitos e ordenados criteriosamente formam o código digital, aqui são descartados e em seu lugar são introduzidas impressões digitais, sem nenhuma lógica mais complexa do que a continuidade da linha originada da própria linha que constitui a existência individual de cada digital. É o código formando ele mesmo. É a digital digital.


Santinhos

Na instalação Santinhos do Prof. Wellington Jr., uma pequena capela montada nos jardins da Reitoria da UFC teve suas paredes internas completamente revestidas por santinhos de candidatos. No interior, uma televisão transmitia propagandas eleitorais.

SOS

Germinando de uma grande massa de gesso, pedaços de corpos se uniam a um só corpo. Sentimentos de angústia, dor, prisão. Cada parte emitia um pulso, em sintonia com os sinais de telégrafo. Na perspectiva do homem como centro de tudo e no centro da terra, a performance dialogava com o sentimento e valores da pós-modernidade.
Ternos

No meio do trânsito, homens altos e bem vestidos limpavam os vidros dos carros no sinal. Ao invés de pedir um trocado, os limpadores davam moedas aos motoristas. A performance Ternos lidou com a inversão de valores e os antagonismos. Limpeza, sujeira. Rico, pobre. Bom e ruim. Numa referência ao maniqueísmo de idéias, os performers causaram a sensação do inesperado, numa situação tão presente no dia-a-dia das grandes cidades.


Cores Berrantes


Espanto e estranhamento eram as primeiras reações de quem passava pelas ruas de Fortaleza. As cores estavam vivas, caminhando pela cidade. Numa grande brincadeira com a cor e os caminhos por onde a gente percorre todos os dias, a performance Cores Berrantes trouxe bom humor e o envolvimento com o público. Vestidos com macacões de cores extravagantes, os performers conseguiam interagir com os passantes apenas com a presença colorida.


Torture

Doze metros de móveis antigos da universidade formavam uma torre, palco da segunda performance do Projeto Balbucio. Distribuídos ao longo da imensa obra, performers emitiam pulsos glossolálicos que faziam referência à tortura, sofrimento. A obra, entitulada de Glossolalic Machine #2 - Torture, refere-se ao período perseguição político da Ditadura Militar no Brasil, lembrando os 40 anos deste momento da história do país.
Trabalhando sob a perspectiva de “o abandono em que vivemos é um tipo de tortura”, “apesar do abandono, ainda conseguimos fazer arte” e “o abandono da ditadura”, a performance também fez um manifesto contra o descaso com o Centro de Humanidades, local onde fora montada e apresentada a performance, dentro da programação da I Semana de Humanidades da UFC.

Cenacula


Uma moeda num porquinho e tudo começa. Cinco homens vestidos com macacões industriais e meias na cabeça, dispostos em círculo, como uma grande vagina dentada composta de falos.
A cada depósito de dinheiro, feito pelo público, um pulso glossolálico, uma língua estranha. A performance Cenácula é a primeira de uma série de máquinas que comporão o projeto Glossolalic Machine, idealizado pelo professor doutor Wellington Júnior.